a felicidade impossível em marguerite duras ou, depois de um tempo, reconhecer conquistas
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Se a felicidade depende da proximidade do outro, essa felicidade representa um desafio. E um desafio que precisa de coragem para ser aceito. Pode-se bem, por comodidade, medo ou até mesmo preguiça, acreditar que essa proximidade ao outro nos é dada. Mas não é o caso. Tal proximidade deve ser construída, através da tentativa de vencer esse abismo entre os seres, alimentado pos diálogos falsos, palavras em vão, a ilusão bastante disseminada de que se tem o suficiente com aquilo cujo toque não vai além da superfície.
O esforço deve ser para falar e escutar. Se somos sempre sós em nossa existência, a comunicação, muito além das simples trocas de palavras, pode ser um encontro. Momentâneo, possível em seu estado efêmero, mas um encontro, do qual se guardarão lembranças e do qual seremos nostálgicos. E aqui estamos a falar da história do casal que deslumbra e guia Anne e Chauvin em Moderato Cantabile. Falamos também da história de Anne-Marie Stretter e a fascinação que ela exerce sobre as vozes paralelas que, perseguindo seus desejos, se perseguem. Porque suas projeções, suas fabulações os prendem num labirinto de espelhos, perdidos entre os reflexos da realidade e aqueles de seus desejos.
E com tudo isso, seria alcançável uma verdadeira comunicação? Venceria-se a alteridade absoluta com esses diálogos que, mesmo se sinceros e verdadeiros, não oferecem que pedaços, cacos do outro? No fim, a Ana que Chauvin desejava era a mulher morta, a esposa de seu patrão ou a mãe embriagada que lhe ofereceu os lábios no fundo do café? O outro como o concebemos não existe, encontrá-lo, então, é forçosamente impossível. E se atrelamos a felicidade a esse encontro, como os personagens de Duras parecem fazer, essa felicidade se torna, ela também, uma impossibilidade.
Esses personagens se dedicam à busca do “inatingível”, e se essa escolha os afasta da simplicidade evidente e superficial, essa sede do impossível dá a essas vidas outros encantos, porque além dos objetivos alcançados, fica a beleza dos trajetos guiados pela esperança.
O esforço deve ser para falar e escutar. Se somos sempre sós em nossa existência, a comunicação, muito além das simples trocas de palavras, pode ser um encontro. Momentâneo, possível em seu estado efêmero, mas um encontro, do qual se guardarão lembranças e do qual seremos nostálgicos. E aqui estamos a falar da história do casal que deslumbra e guia Anne e Chauvin em Moderato Cantabile. Falamos também da história de Anne-Marie Stretter e a fascinação que ela exerce sobre as vozes paralelas que, perseguindo seus desejos, se perseguem. Porque suas projeções, suas fabulações os prendem num labirinto de espelhos, perdidos entre os reflexos da realidade e aqueles de seus desejos.
E com tudo isso, seria alcançável uma verdadeira comunicação? Venceria-se a alteridade absoluta com esses diálogos que, mesmo se sinceros e verdadeiros, não oferecem que pedaços, cacos do outro? No fim, a Ana que Chauvin desejava era a mulher morta, a esposa de seu patrão ou a mãe embriagada que lhe ofereceu os lábios no fundo do café? O outro como o concebemos não existe, encontrá-lo, então, é forçosamente impossível. E se atrelamos a felicidade a esse encontro, como os personagens de Duras parecem fazer, essa felicidade se torna, ela também, uma impossibilidade.
Esses personagens se dedicam à busca do “inatingível”, e se essa escolha os afasta da simplicidade evidente e superficial, essa sede do impossível dá a essas vidas outros encantos, porque além dos objetivos alcançados, fica a beleza dos trajetos guiados pela esperança.
