02 fevereiro 2007

os meses dentro do ano

Recolho os gritos
Para freqüentar seu corpo.
As idéias suspensas,
As exaltadas diferenças
Encaram outros gritos:
Ponte para o meu sangue.
O que mapeia meus erros?
Trinco-me, exponho as fendas.
Nosso desarranjo marca aquele ritmo,
A gagueira desajeitada de quem ama.
É macio aqui dentro,
Amplo demais lá fora.
Quero a indiscrição dos dias
E a estreiteza das noites,
Freqüentar a umidade quente da sua madrugada,
Acordar com incômodo na retina.
Cega e abraço solar,
As mãos já secas,
Exalando as madrugadas,
Que deixam ruídos nas unhas.
Desvendar a medida exata do silêncio
E mencionar nossa memória
Sem dize-la.
Olhar os ponteiros,
Salpicar o ar com gotas de água nova,
Temperando o desvario dos minutos.

8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

é tão bonito, mara!

não me diga que é efeito ressaca?

fevereiro 02, 2007 5:09 PM  
Blogger maraiza said...

era um amor desesperado.

fevereiro 02, 2007 5:40 PM  
Anonymous Anônimo said...

então eu leio e releio esse seu amor com a mesma mudez e com o mesmo deslumbramento e com o mesmo carinho e a mesma admiração..


gostei muito de abraço solar e das mãos que exalam madrugadas e têm ruídos nas unhas. e do trincar-se expondo-se fendas..

o título é que me intrigou. sei que boa poesia não é charadinha, mas fiquei sem consegui linkar nada com o texto.. =/ toing.

fevereiro 03, 2007 1:42 PM  
Anonymous Anônimo said...

ow, e apaga esse kao daí de cima qd vc logar, pliz!

fevereiro 03, 2007 1:49 PM  
Blogger M__ said...

me lembra tanto uns certos silêncios e frases desencontradas.

e acho meio Lavora Arcaica e um pouco isso aqui (desenterrado)

Raw Sugar
Metric
Grow up and blow Away

Sort of wonder why No one said a word
Don't you like it on the sly?
Don't you like it till it hurts?
Have I been on your mind? What's a voice without a song?
Something in your head You've been fighting all the long...

I don't want to say it, The news is not so good
We'll never get away, And even if we could
We'd just play the tambourine Around an open flame
Oversleep and burn To be back in the game

'Cause summer never comes Nowhere near high noon
And winter never comes Nor the harvest moon

Raw sugar
I don't want to die living in a high rise grave
My baby come home
(same black day, high rise grave)

Raw sugar
I don't want to die living in a high rise grave
My baby come home
(same black day, high rise grave)

No I'm not complaining, Yes it could be worse
Ferment on the wish bone, Match the lips to the purse
Neighborhood's a runway, Fry the ass and thighs
Dirty diamond dealers, pushed behind the ire's
And summer never comes, Nowhere near high noon
And winter never comes, Nor the harvest moon

Raw sugar
I don't want to die living in a high rise grave
My baby come home
(same black day, high rise grave)

Raw sugar
I don't want to die living in a high rise grave
My baby come home
(same black day, high rise grave)

Still I wear the red dress, Paint my toes and twirl
Take it back to old times, Back when I was still a girl
'Cause now I'm all baboon boys, Cootchie Cootchie Coo
Sort of wonder why I missed a kiss for you

'Cause summer never comes (same black day)
Winter never comes (high rise grave)


(mas vai saber..tem horas que acho cada coisa estranha)

fevereiro 05, 2007 12:14 PM  
Blogger M__ said...

lavoura minha gente...lavoura

fevereiro 05, 2007 12:16 PM  
Anonymous Anônimo said...

eu preciso de outra vida pra dar conta de lavoura arcaica.. definitivamente. (ou então uma tentativa sem vinho( porque vinho é uma coisa, dá e tira o sono ao msm tempo))

e é bonito o que canta a vozinha aí, mesmo o ritmo sendo bem diferente "do de sempre"..

fevereiro 05, 2007 7:10 PM  
Blogger maraiza said...

Sobre o título, biografemas....

quis mencionar também a data de 1 ano de blog.

Além disso, acho q aquele texto é, acima de tudo, algo sobre o tempo.

fevereiro 07, 2007 1:44 PM  

Postar um comentário

<< Home