the moment when composure returns ou bem vindos ao equilíbrio
depois de alguns estalos, uma (in)certa beleza e uma (in)certa alegria, enfim.
então a gente pega com bastante cuidado cada pedacinho de sorriso, e enche os bolsos com eles, porque sempre o inverno vem. ou volta.
então a gente escuta velhas músicas com ouvidos novos, e reescreve histórias que não se acabam. mesmo que seja um rascunho que vá ficar perdido no canto da gaveta, do lado daquele sabonete rosa, que já perdeu o cheiro.
então a gente toma algo bem quentinho, simulando o aconchego que não se alcança. a gente se enrola nas cobertas, coloca três livros ao lado do travesseiro: a prosa, a poesia e as palavras de jesus. a gente ganha da insônia, e sonha acordado com os anjos. a gente até acredita ao dizer amém.
então a gente faz planos e ri de histórias idiotas. a gente apaga o cigarro e até pensa numa vida saudável. em menos de cinco minutos, já é tempo de gargalhar com a nova piada enquanto se procura o isqueiro: caminhar na lagoa? rá.
então a gente se dá conta do óbvio: "não. não preciso de auto-ajuda alheia". mas a gente se assusta e logo se alegra com qualquer doçura nas palavras. e tem vontade de abraçar forte os amigos. é tão bom dizer obrigada.
então a gente diz obrigada e abraça forte. bota the rollercoaster ride como trilha, e prepara o fade out, ou as reticências.
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perdi a imagem que seria a vedete deste post, ao lado de rollercoaster do belle and sebastian [\0/]. nha. mas segue a legenda da foto ausente:
com vocês (conosco) o equilíbrio. áureo.

12 Comments:
não é sue, lila, é a mariazinha.
e fala da música mulé!
que achaste?
ela é tão bonitinha... hihi.
i think we're both craaazy!!
lalala
baumjú people..
ai ai mariazinha...
= )
cada despedaço de sorriso invernado reescrito à revelia das histórias que não se completam em cada descompasso da distância entre dois passos enquanto a distância conta quantos passos nos separam por segundo segundo a gente sempre quis querer mas não consegue porque entende que cada pedaço de abismo é um abismo em si.
deu-se conta do absurdo, ou do óbvio?
...Raymond Chandler dizia: "quando estamos escrevendo um romance, nós o escrevemos o dia inteiro, não somente quando nos debruçamos sobre a folha de papel. escrevemos quando estamos fumandoum cigarro, quando estamos comendo, quando estamos telefonando...". é a mesma coisa para o cinema, e eu já fazia filmes antes mesmo de fazê-los. certamente aprendi mais vendo filmes do que fazendo. Mas ao mesmo tempo o que quer dizer aprender? Delacroix explicava que começava com vontade de pintar uma flor e depois, de repente, sem compreender por quê, ele se punha a fazer leões, cavaleiros, mulheress violadas. Mas no fim das contas, voltava à idéia da flor...
Jean-Luc Godard
mariazinha sorri =)
someone, mago da escrita.
baixou um proust/saramago em você nesse comentário!! você me assusta, e queima inumeráveis de meus neurônios que tentam seguir seus raciocínios.
ave ave.
quanto ao absurdo/óbvio...
semper eadem = abismo = querer querer o que se pode atingir
o sinal não era =
enfim.. relações de causa e conseqüência, etc..
m_,
nada mais perfeito que um "poema" só pressentido, ainda não escrito. ou o potencial do silêncio, da ante-arte.
alguém já falou isso ou algo parecido. deve ter sido um platônico qulaquer aí! hehe
dúvida velha: de que matéria se fazem os poemas antes de serem escritos?
ps- em poemas, leiam-se: filmes, rabiscos, desenhos, músicas, um prédio.. etc.
agora a flor... a perseguição da beleza. (?)(!)
ah, someone, só pra sublinhar que
quando digo você me assusta, eu o digo positivamente
Nossa! A conversa aqui anda bem interessante... Gostei dos comts!!!
E do texto tbém. Tava com saudade.
Dps posto decentemente. Por enquanto, to maculada demais.
como se repetir, repetir, repetir, repetir...ou uma resposta possível
" A realidade. É difícil que haja um conceito mais vazio e iútil do que este no cinema. Cada um tem a sua própria percepção de realidade. Cada um vê a realidade com seus próprios olhos. Uma pessoa vê as outras, sobretudo as que ama. Vê as coisas em torno de si, vê as cidades e os campos onde mora. Vê também a morte, a qualidade mortal dos homens e a transitoriedade das coisas. Vê e vivencia o amor, a solidão, a felicidade, a tristeza e o medo. Resumindo: cada um vê a vida da sua própria forma..."
Trecho de Tokio Ga - Win Wanders
silenciozinho por essas ruínas, hein?
(silêncio)
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