11 agosto 2006

Título e auto crítica

Um poema inconcluso cozinhando em
alguma louca memória
é um poema pronto num corpo
cujas aberturas costumam engolir fragmentos de mundo,
rasgos de vozes, movimentos involuntários
do esfincter de prazer e dor.
Até modelar tudo
em monstruosas configurações
e enfiar um nome que, dizendo, gagueja,
nas funduras das costas das costuras caducas.
Um reverso quase lúcido.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

pois que um ciclo para sempre inconcluso, o poema, foram as dores uterinas, aquelas manhãs de um mês qualquer há alguns anos atrás, foram as cores de uma noite anônima, o poema regurgitado infinitamente, foram os cheiros de umas poucas ruas e algumas flores, uma lucidez destrutiva, talvez?, um único e imenso poema das vozes do mundo.

todo nome, um engano.

agosto 18, 2006 2:24 PM  
Blogger sue said...

é porque essa tentativa de alcançar o que se quer dizer é sempre esmagar, espremer, enfiar à força o sentimento, a dor, o medo, a exatidão e a sutileza goela abaixo das palavras. ou imagens ou etc. [se é que palavras, imagens ou etc têm goela.]


todo nome, um engano.
[vc me empresta a frase, someone?

setembro 05, 2006 3:26 PM  

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